terça-feira, 10 de novembro de 2009

Viver ao contrario







Sou cientista em busca de lábios, para intercambiar micróbios

com amor ou pelo simples sabor, da conquista de territórios

tenho um elenco e mil episódios para esta nova entrega

pois não serei conhecido por aquele que tal ocasião renega

a pega da tentação acaba sempre por me puxar mais forte

então já que não me das a alma, alinhemos os corpos para norte

tantas moralidades achas que no fim vão proteger-te ?

porque não aproveitas a sorte ? ela quer mesmo conhecer-te

se quiseres amar, amemos, se quiseres falar, falemos

dobramos a aposta e houver resposta, multipliquemos

somos bons a dar mais por menos, com este veneno obsceno

fazemos faisca e fumo, até ao fenómeno supremo

brindemos ao que temos, sinceramente acho que merecemos

sem rodeios sinto-me rodeado pelos teus desejos extremos

traz o vinho e fazemos disto uma cena de cinema

eu sou o herói e tu.......aquela que comigo contra'cena

saber o teu nome ? sejamos sinceros, disso ninguém precisa

por mim podes ser Cleópatra, Joana D'arc ou Monalisa

e é isto que me caracteriza, que te atrai e hipnotiza

porque não há mulher no mundo, que se contente com uma brisa

quando interioriza que é num tornado, que a vizinha desliza

e é essa ambição que me alimenta e me arranca a camisa

e este ego desafia a gravidade como se fosse astronauta

sou melodia afrodisiaca que hipnotiza ratas com a flauta

admite já não é um gato que tu queres no teu caminho

tens sede de pecar e este leão não sabe dormir sozinho

não te choques, ainda é cedo e eu ainda estou eléctrico

mais vibrante que o teu amigo, possuído pelo esotérico

pensa, há prostitutas elegantes, pitas principiantes

maridos insatisfeitos que procuram noites excitantes

há todo o tipo de gentes e ambientes, todos são amantes

depois da chave entrar na porta, tudo volta a ser como antes

há corpos que se acariciam, ainda achas que sabes quem tens ?

cada corpo é diferente e cada truque e mente também

somos donos de alguém, que é sempre a presa doutra fera

não esperes milagres, pois somos de barro e não de pedra

criados em prados verdes, para fazer o amor e não a guerra

bastou Adão virar costas e a humanidade conheceu a Eva

e não mudaram só os tempos mas também os escritos

kamasutra , sodoma e gomorra voltaram com mais mil estilos

e não nos inibamos, com a pronuncia dos desejos contidos

soltaremos gargalhadas juntos, com o roçar dos preservativos

neste novo mundo onde tudo é efemere e atractivo

somos mais dois entre tantos, a celebrar que estamos vivos

ainda achas que tenho pressa, nesta liberdade sem retorno ?

ouve a Alex Liberalli, a gritar na radio que o mundo é porno

que vais fazer ? tapar os olhos e fingir não ver ?

o meu corpo a virar forno para os teus contornos conhecer

não adianta esconder o querer, no meio tanta espera

esse teu sangue já se altera, mesmo sem ser primavera

tens um verniz novo e não dispensas a apresentação

queres fazer pandan, entre a minha pele e o teu bâton

é a agitação... de dois corpos em ebulição

que te deixa ofegante e louca a suplicar pelo que é bom

tenho velas e incenso, quando entrares fecha a porta

comprei dados especiais, que estão limados para a batota

tu passas a mão pelo cabelo, esse decote fumega

pediste o meu corpo por encomenda e eu estou pronto para a entrega

tiras-me a camisola e pronto, assumiste o comando

tiro-te a blusa e não escondo, o desejo de te ir tocando

soutien de mola à frente, gosto de trabalho poupado

revelas o quanto tas quente, enquanto o cinto é desapertado

calças fora esta na hora, de alcançar outro recorde

com espelhos kodak, eramos um outdoor do tom ford

a cama ferve e tu só pedes à imaginação para crescer

não te dou tempo para imaginares o que podia acontecer

cravas as unhas no lençol, enquanto a minha língua faz a ronda

hoje és planeta desconhecido e o meu a.k.a homem-sonda

vais na onda, invertes os papeis e viras loba

tivesses boca para mais agora, de certo uivavas a noite toda

salivas o que podes, hoje é noite de caça grossa

entras no modo 'samba no rio', professora de roça roça

esta mulher faz moça e eu só peço que ninguém nos ouça

ela não perde tempo a lavar pratos, ela desata a partir louça

e eu perco a sensatez e mergulho nesse teu rio

afinal perdeste a lucidez, desde que te rasguei o fio

olhas para trás com um sorriso de quem quer algo melhor

pedes que faça dos teus cabelos redias, com palmadas d'amor

de posição em posição vamos aumentando a prestação

sinto-me a correr a passos largos, destino: desidratação

esses olhos se reviram, esse é gemer que não baixa

e a cada hora que passa, somos mais puzzle que se encaixa

ate sentires todo o suor, a deixar escapar o control

entre apertos e gritos, ate ao orgasmico nascer do sol

2 comentários:

  1. Adorei :)

    Gosto do tipo de construção que usas... Marca mais o desenrolar contínuo do momento e faz querer saber sempre mais...

    Keep going ;)

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  2. és unico..nao apenas nos textos q escreves mas tb na pessoa q és apesar d a só dares a conhecer a algumas pessoas. Espero um dia poder vir a ser uma dessas pessoas e poder ter esse privilégio. Até lá..

    Continua a mostrar a diferença através das Palavras *

    Sini* s2

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